sexta-feira, 6 de maio de 2016

A memória em versos populares de Fernando Odilon



Por: Dr. Rui Medeiros

           Vitória da Conquista é culturalmente marcada pelo fato de que “os filhos da terra” e os “chegantes” que aqui resolveram ficar e fundar família gostem de sua história, tal qual transmitida de geração, a geração com acréscimos de resultado de pesquisa que conseguiu ser aprendida coletivamente, em seus traços mais gerais. Em verdade, portanto, os habitantes da cidade conquistense e de sua região geográfica cultivam a memória do lugar. É uma memória cujos dados mais antigos falam de um bandeirante, de sua promessa em erguer um templo à mãe do Cristo e da luta devastadora contra os indígenas Pataxó, Imboré e Mongoió.
        
          Essa memória, tão preservada e contada para sê-lo, circula em torno do fundador do arraial, origem da cidade de Vitória da Conquista, dos descendentes do fundador e famílias que com esses se entroncaram, padres que criaram famílias, grupos familiares criados no século XIX, figuras ilustres, tropeiros, velhos intendentes e prefeitos, lutas de grupos, especialmente luta entre Meletes e Peduros e a chacina do Pau de Espinho, estabelecimento de serviços públicos, jornais antigos, as estradas, os velhos partidos, a economia... são tantos os temas que a memória local tenta preservar e entregar aos anos vindouros que se torna difícil mencionar tudo.

          Fernando Odilon Lopes Santos é um dos cultivadores da memória local. Ouve muito, lê muito, e, agora coloca em versos os dados que costumam interessar aos conquistenses aqui nascidos ou aqui abrigados nesta cidade que, por volta de 1817 possuía apenas quarenta casebres e que seus moradores, esquecendo-se de tantas desigualdades e carências, costumam lembrar que é a terceira cidade do Estado da Bahia, segunda do interior, tendo passado à frente de muitas outras.

          O autor não deixa de lamentar esquecimento e falta de preservação do patrimônio histórico-cultural urbanístico, e assinala que as “entranhas” históricas da cidade deixam de estar presente em ruas e praças (“nossas avenidas e largos, de lembrança são meio sem graça/ Sem coreto, de fraca memória, nossa história não é aproveitada,/ pois não mostra as suas entranhas a quem por ela visita e passa”).

          O livro de Fernando Odilon, que começa por apresentar seu autor, é repositório de memória que, tenho certeza, agradará as que o lerem e aviventará lembranças das coisas que o tempo leva, quer sempre levar, mesmo contra os teimosos que, como aquele autor, depõem sobre o passado deste Sertão da Ressaca.

          Parabéns Odilon". 

Saiba mais clicando acima na aba CONQUISTA EM VERSOS


 





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